segunda-feira, 30 de março de 2015

Célula Animal

 Seja qual for o tipo de ser vivo que apresenta células como a dos animais, essas células têm uma série de características que as distinguem das plantas. Por exemplo, são desprovidas de parede celular e de cloroplastos, mas apresentam centríolos, estruturas ausentes nas plantas mais complexas.

Partes de uma célula animal:

 Em praticamente todas as células podemos distinguir três partes: a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. A membrana celular ou plasmática é uma estrutura que delimita a célula e a separa do meio onde se encontra, mas não isola completamente a célula, pois permite o intercâmbio de substâncias do interior ao exterior e vice-versa.

 O citoplasma ocupa o espaço situado entre a membrana e o núcleo. Esse espaço está preenchido de um fluido, o hialoplasma (ou citosol), no qual se encontram os orgânulos celulares ou citoplasmáticos e o citoesqueleto (uma série de microfilamentos e microtúbulos que dão forma à célula).

 O núcleo é uma estrutura mais ou menos esférica que se encontra no interior da célula, delimitado por uma estrutura membranosa (o envoltório nuclear). Assim como a membrana celular, o envoltório nuclear permite o intercâmbio de determinadas substâncias entre o núcleo e o citoplasma.

 Cada uma das partes tem sua função. A célula é uma unidade biológica de funcionamento: realiza as três funções vitais (nutrição, relação e reprodução). Caso uma célula pertença a um ser pluricelular, ela pode ser especializada no desempenho de uma determinada função.


ESTRUTURA DE UMA CÉLULA ANIMAL:

As partes de uma célula animal

1. Membrana celular - É formada por uma camada dupla de fosfolipídios, com colesterol e proteínas. É uma capa dinâmica e flexível, na qual podem ser formadas vesículas para englobar substâncias; essas vesículas podem se unir a outras no interior da célula. Substâncias podem atravessar a membrana celular por simples difusão (como o gás oxigênio) ou mediante transporte ativo, com consumo de energia.
2. Citosol - Fluido que ocupa o citoplasma; imersos nele encontram-se os orgânulos celulares.
3. Núcleo. Delimitado por um envoltório nuclear, no interior do núcleo há o nucléolo e os filamentos de material genético.
4. Retículo endoplásmatico - Conjunto de membranas que formam sáculos e tubos conectados entre si com a membrana celular e o envoltório nuclear. Há dois tipos: o RE rugoso, que tem ribossomos, e o RE liso, sem eles. Transporta, armazena e modifica proteínas e lipídios pela célula.
5. Complexo golgiense-  Conjunto de cinco a dez sáculos achatados. Realiza secreção celular.
6. Centríolos - Presentes em células animais e ausentes em plantas mais complexas, são formados por tubos de proteínas; estão relacionados à organização do citoesqueleto e aos movimentos (cílios e flagelos).
7. Vesículas - Estruturas membranosas pequenas que transportam substâncias, podem se unir à membrana e eliminar seu conteúdo para fora da célula.
8. Ribossomos - Pequenos orgânulos cuja função é produzir proteínas. Na ilustração, aparecem formando cadeias.
9.  Citoesqueleto - Filamentos proteicos que constituem uma rede, dão forma à célula e participam do transporte de substâncias.
10. Mitocôndrias - Encarregadas de realizar respiração celular, um conjunto de reações químicas mediante as quais a célula obtém energia.

 Algumas células animais também possuem estruturas relacionadas com movimento (cílios ou flagelos), que não existem em plantas mais complexas.

domingo, 29 de março de 2015

Evolução Biologica

 Entre os seres vivos e o meio em que vivem há um ajuste, uma harmonia fundamental para a sobrevivência. O flamingo rosa, por exemplo, abaixa a cabeça até o solo alagadiço em que vive para buscar ali seu alimento; os beija-flores, com seus longos bicos, estão adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. A adaptação dos seres vivos ao meio é um fato incontestável. A origem da adaptação, porém, sempre foi discutida.
 

 Na Antiguidade, a ideia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos. Os chamados, fixistas propunham que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e a extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles, grande estudioso da natureza, não admitia a ocorrência de transformação das espécies. Acreditava que os organismos eram distribuídos segundo uma escala que ia do mais simples ao mais complexo. Cada ser vivo nesta escala, tinha seu lugar definido. Essa visão aristotélica, que perdurou por cerca de 2.000 anos, admitia que as espécies eram fixas e imutáveis.

 Lentamente, a partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a idéia da substituição gradual das espécies por outras, por meio de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança. Essa corrente de pensamento, transformista, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adaptação é consegaida por meio de mudanças: à medida que muda o meio, muda a espécie. Os adaptados ao ambiente em mudança sobrevivem. Essa idéia deu origem ao evolucionismo.
 Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios em contínua mudança. Nem sempre a adaptação implica aperfeiçoamento. Muitas vezes, leva a uma simplificação. É o caso, por exemplo, das tênias, vermes achatados parasitas: não tendo tubo digestório, estão perfeitamente adaptadas ao parasitismo no tubo digestório do homem e de outros vertebrados.

Zoologia

 Zoologia  é a ciência dedicada ao estudo os animais no que se refere à sua biologia, genética, fisiologia, anatomia, ecologia, geografia e evolução. Em resumo, é a responsável pelo levantamento da diversidade animal, conservação e ampliação das coleções zoológicas e bibliográficas, e identificação e divulgação científica e popular.


 A Zoologia oferece o subsídio necessário para a compreensão e a manutenção do equilíbrio ecológico  de um determinado meio ambiente. A diversidade animal em nosso planeta é muito maior do que conhecemos. Em termos de Brasil, por exemplo, estudos realizados em 1982 ) estimam que a diversidade de insetos em nossa floresta amazônica  chega aproximadamente a 30 milhões de espécies.

 Para a realização deste levantamento são usados inúmeros métodos de coleta, sendo que nem sempre os animais capturados são pegos da mesma forma. Isso faz com que os dados obtidos algumas vezes não possam ser comparados. Daí a necessidade de buscar metodologias que possam comparar entre ambientes e dentro do mesmo ambiente, para que se possa detectar diferentes graus de sensibilidade nos diferentes grupos taxonômicos no que se refere à alterações ambientais.

 Esse trabalho alimenta a manutenção das coleções zoológicas, um patrimônio valioso dos organismos da natureza do nosso planeta. No Brasil, essas coleções vêm sendo formadas desde meados do século XIX, tendo no Museu Nacional, sediado no Rio de Janeiro, seu maior repositório. Apesar disto, ainda é um banco de dados em potencial, já que muitos grupos taxonômicos possuem ainda muito poucas espécies identificadas.

 Como em qualquer área de estudo, a existência de uma bibliografia é fundamental para se registrar o progresso do conhecimento obtido na Zoologia. Por ser uma constante revisora da história do conhecimento zoológico, a Zoologia precisa ter não só uma bibliografia atual, com as publicações de estudos mais recentes, mas também do que se aprendeu com a natureza desde as primeiras pesquisas zoológicas, o que remete à informações bibliográficas de meados do século XVIII.

 As informações que abastecem as coleções zoológicas e bibliográficas partem de centros de identificação, mecanismos ágeis na transferência de informações sobre a biodiversidade para a comunidade científica. Isso torna mais rápido o reconhecimento das espécies, além de facilitar o acesso ao serviço de identificação de outras instituições e pesquisadores, nacionais e estrangeiros, servindo de ponte de ligação entre taxonomistas e comunidade.

 A taxonomia é o ramo da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos, agrupando-os de acordo com o grau de semelhança. Esse agrupamento se dá, progressivamente, na seguinte ordem hierárquica: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Podem existir sub-divisões para estas categorias, como subgêneros e subfamílias, por exemplo.

 Os animais, tal qual as plantas, são conhecidos popularmente por nomes muito variáveis dependendo de um lugar para outro. Na tentativa de universalizar as nomenclaturas, cientistas têm, há muito, procurado criar uma designação internacional para os seres vivos. Para tanto, foi tomado como regra que, na designação científica, os nomes devem ser em latim ou latinizados.

 Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação binomial, em que o primeiro termo designará o seu gênero e o segundo, a sua espécie. O nome relativo ao gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula, enquanto que o relativo à espécie deve ser um adjetivo escrito com inicial minúscula. Essa regra não se aplica em casos em que a denominação homenageia uma pessoa célebre.

O que e Biologia?

 Todo livro ou curso de biologia que se preza se inicia com uma discussão sobreo que é biologia. A resposta é sempre a mesma: biologia é o estudo da vida. E segue a explicação s ou semestres de nossas vidas estudando a própria vida.

 E que vida é essa que estudamos? Ou melhor: o que é a vida?

 Essa pergunta nenhum livro ou professor se arrisca a responder. O que se pode dizer é que nos limites desta ciência chamada biologia, a vida é estudada a partir dos seres vivos. Isto é, entendendo sua origem e evolução, analisando suas relações com o meio ambiente e com os outros seres vivos, classificando-os e agrupando-os conforme suas características.

 E como estamos falando da ciência biologia, todas essas coisas são feitas por meio de métodos científicos, relacionando causas e efeitos. Isso é importante dizer porque muito antes de existir essa ciência chamada biologia, os seres humanos já estudavam a vida, cada um ao seu modo. Os egípcios deram grande contribuição à medicina ao utilizar a técnica de embalsamamento de seus mortos durante séculos, o que significou acumular conhecimento sobre o corpo humano. Além de construírem pirâmides, os egípcios chegaram a fazer cirurgia craniana. O grego Hipócrates (c. 460-377 a.C.), milênios atrás, já defendia que as doenças eram causadas por causas naturais, o que poderia soar muito estranho num tempo em se creditava a deuses e demônios todas as enfermidades. Mas todo esse conhecimento dos antigos era adquirido de forma empírica e não utilizando métodos científicos.

 E o que nós estamos fazendo ao estudar biologia? Estudando o “estudo da vida”?


 Na prática, para o estudante comum, é isso mesmo. Estamos estudando o conhecimento construído com muito suor pelos cientistas que fizeram e fazem biologia ao longo de séculos. O estudante que resolver fazer ciência um dia, passará do “estudo do estudo da vida” para o “estudo da vida” propriamente dito. E para o estudante que dá esse passo além, a pergunta “o que é biologia” ganha um peso muito mais importante, quem sabe até uma urgência filosófica.

 Dizer que a biologia é o estudo da vida é algo que nos parece muito agradável e de uma “meiguice” que a priori torna tudo muito belo. Mas porque estudamos a vida? Como se estuda a vida? Que tipo de coisas produzimos ao estudar a vida? Para estudar a vida, precisamos causar dor em animais dentro dos laboratórios das universidades e empresas? Estudaremos a vida para alcançar a cura de doenças ou para criar patentes que nos ajudem a obter lucros com o dinheiro dos doentes? A invenção de armas biológicas é um legítimo estudo da vida?

 Talvez a “meiguice” a qual nos referimos venha a se esvair quando nos damos conta de que o estudo da vida muitas vezes ao longo da história não tenha tido objetivos tão nobres. A prática da eugenia nazista é um exemplo concreto. Talvez o número de questões de cunho filosófico, moral e ético que se levantam ao nos aprofundarmos um pouquinho no significado de “estudar a vida”, explique o motivo pelo qual esse assunto ganha apenas meia páginas nos livros de biologia de ensino médio.

 No entanto, de forma alguma podemos culpar a biologia como ciência pelos usos e abusos que o ser humano faz da mesma. Os romanos já envenenavam rios muitos séculos atrás para matar seus inimigos e durante a Idade Média era comum lançarem corpos apodrecidos por meio de catapultas para além das muralhas de cidades sitiadas como forma de contaminar a população local com doenças oriundas dos cadáveres. A engenhosidade do ser humano para realizar destruição utilizando conhecimento sobre a vida natural não é privilégio das gerações atuais.

 Para não ficarmos só no samba triste, é bom lembrar que alguém já disse que assim como o século XX foi o século da física, o século XXI deverá ser o século da biologia.

 Você já deve ter ouvido falar muito das promessas acerca das pesquisas com células-tronco. Todos os dias os noticiários têm alguma novidade do mundo da medicina. Tem gente estudando a vida pra valer. Sem essas pessoas, epidemias como a gripe suína poderiam se tornar uma catástrofe muito maior, como foram a peste negra e a varíola um dia.

 Muitas vezes o estudante que está de olho no vestibular não tem tempo para pensar nos aspectos ideológicos e filosóficos de se estudar biologia, mesmo porque até hoje nenhuma banca de prova perguntou “o que é biologia?”. Mas para aqueles que vão ingressar nas carreiras da área de biológica (que está sempre na moda), é bom saber que depois de estudar divisão celular, reprodução das plantas, morfologia dos artrópodes, fisiologia dos anelídeos, taxonomia e outras coisas que o vestibular exige, o estudo da vida ganhará um propósito que é muito particular em uma sociedade capitalista e decisão única do indivíduo: fazer biologia para estudar a vida ou estudar a vida para fazer dinheiro.