terça-feira, 2 de junho de 2015

Ovo

Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do óvulo. Este zigoto é formado devido à união de dois gametas, ou seja, é produzido pela fertilização entre duas células haploides, um óvulo de uma fêmea e um espermatozoide de um macho, que se juntam para formar uma única célula diploide. O ovo formado contendo o embrião, pode se desenvolver internamente como também externamente, dependendo da espécie.


  Nos animais ovíparos (animais que põem ovos), tais como as aves, os insetos, os peixes, os moluscos e duas espécies de mamíferos (ornitorrinco e équidnas), assim que o ovo é formado, estes animais os depositam em terra ou na água, para que haja o desenvolvimeto embrionário externamente. No entanto, espécies denominadas ovovivíparas ao invés de expelirem os ovos param se desenvolverem externamente, carrega-nos dentro de seus corpos até que possam eclodir (internamente) e nascer um novo ser, muito comum em alguns peixes, répteis e invertebrados. Já os animais vivíparos o ovo é formado, porém desenvolvido dentro do útero, sendo o embrião nutrido diretamente pela mãe, diferentemente dos ovíparos e ovovivíparos onde o embrião é nutrido por nutrientes contidos no ovo.

  Os ovos da maioria dos animais possuem formato elipsóide ou ovóide e são delimitados por uma membrana interna denominada vitelo, que é muito nutritiva e composta principalmente por fibras de proteína. A quantidade e a distribuição do vitelo variam em cada espécie. Portanto, podemos classificar os ovos em:

  • Oligolécitos ou Isolécitos: Estes ovos possuem uma quantidade reduzida de vitelo, distribuídos uniformemente pelo citoplasma. São ovos encontrados nos mamíferos placentários, anfioxos e equinodermos.
  • Heterolécitos ou Mesolécitos: São ovos cuja composição vitelina ocupa cerca da metade do volume citoplasmático (pólo vegetativo), distribuída de forma não-homogênea. São ovos encontrados nos anelídeos, anfíbios e moluscos.
  • Telolécito ou Megalécito: São ovos cuja concentração de vitelo é grande e ocupa quase todo o ovo. São ovos encontrados nas aves, peixes e répteis.
  • Centrolécito: São ovos cujo vitelo circunda o núcleo, encontrados nos artrópodes.

  Os ovos presentes em ambientes terrestres, como os dos répteis, das aves e monotremados são protegidos por uma casca que funciona como um escudo protetor contra possíveis predadores (gambás, raposas, gaivotas, corvos, etc). Estes ovos ainda possuem minúsculos poros que permitem que o embrião possa respirar. Nesta categoria de ovos terrestres existe uma espécie conhecida por produzir ovos imensos. São as avestruzes, que além de se destacarem por serem aves exóticas recebem os méritos de serem as campeãs dos ovos grandes (ovos de 16 cm de comprimento). Os ovos de avestruz chegam a pesar aproximadamente 1.5 kg e são tão resistentes, que suportam perfeitamente o peso de um adulto sentado sobre eles.

  Existe também uma espécie que merece ser destacada, mas não pelos ovos grandes, e sim pelos menores ovos do mundo.É a espécie de beija-flor Mellisuga helenae, comumente conhecida como o beija-flor de helena. Esta espécie põe ovos com menos de 10 milímetros e peso abaixo de 1 grama.

  Já os ovos presentes em ambientes aquáticos, como os dos peixes e anfíbios, são gelatinosos e não possuem casca. Neste meio, um grande número de ovos é colocado de uma só vez por várias espécies, como os bacalhaus.

  As cores dos ovos são variadas dependendo da espécie. A cor padrão dos ovos dos animais vertebrados é o branco, porém alguns tipos de aves, especialmente as passeriformes produzem ovos coloridos.

  Na culinária os ovos são muito apreciados, especialmente os de galinha. São consumidos em variadas formas desde cru até cozidos, sendo uma fonte riquíssima de proteínas. Porém, as pessoas que possuem o hábito de consumi-los cru, correm um grande risco de contrair uma bactéria denominada Salmonella, que pode causar grave intoxicação alimentar.

Fonte: Infoescola

sábado, 4 de abril de 2015

Vírus - únicos organismos acelulares da Terra.

 Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso outoxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.
Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies.

Ilustração do vírus HIV mostrando as proteínas do capsídeo responsáveis pela aderencia na célula hospedeira.
 
Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectamprocariontes (domínios bacteria e archaea).
Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucleico (seja DNA ou RNA, ou os dois) sempre envolto por uma cápsula proteica denominadacapsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.


Esquema do Vírus HIV

O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios.
São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar. Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacteriófagos, os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus de animais.

 

Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus.
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios: a falta de hialoplasma e ribossomos impede que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente precisa ser o interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias, efetuará a síntese das proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá que ocorra a multiplicação do material genético viral.
Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e "injeta" o seu material genético ou então entra na célula por englobamento - por um processo que lembra a fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no seu interior.

Próxima postagem: Vírus, seres vivos ou não?

Célula Animal.

 A célula vegetal é bastante semelhante à célula animal, porém contém algumas diferenças, como a parede celular e os cloroplastos. Na maturidade, tais células podem diferir muito uma das outras quanto as estruturas.

  Estruturas e organelas das células vegetais.

 A célula vegetal tipicamente consiste em uma parede celular rígida, e um protoplasto que é composto pelo citoplasma e núcleo.  O citoplasma que é limitado externamente pela membrana plasmática, contém organelas, sistemas de membranas e estruturas não membranosas, como por exemplo,ribossomos. O restante do citoplasma, onde vários sistemas de membranas e corpos estão imersos, é conhecido como matriz citoplasmática ou citosol.

 Na célula vegetal viva, o citoplasma está frequentemente em movimento. As organelas podem ser observadas deslizando de uma maneira ordenada no movimento em curso.

Cada organela da célula vegetal desempenha uma função:
  • Parede celular: confere a distensão do protoplasto configurando à célula, adulta, tamanho e formas fixos, oferecendo também proteção aos componentes do protoplasto.
  • Vacúolo: É delimitado por uma membrana chamada tonoplasto. Possui diversas funções como, armazenamento de substâncias, atua também no processo lisossômico e nos processos metabólicos.
  • Plastos: São formadas por duas membranas unitárias, contendo o estroma, onde se situa um sistema de membranas chamadas, chamados de tilacoides. Os plastos são divididos em três grandes grupos: cloroplastos (organela fotossintetizadora), cromoplasto (responsável pela pigmentação de certos frutos) e os leucoplastos (armazenam substâncias)
 As células vegetais possuem também organelas em comum com as células animais, que são:
  • Núcleo: Possui duas funções básicas, uma delas é regular as reações químicas que ocorrem dentro da célula, e sua segunda função é de armazenar informações genéticas (DNA);
  • Complexo de Golgi: Este complexo está associado aos processos de secreção, inclusive a secreção da primeira parede que separa duas células vegetais em divisão.
  • Ribossomos: os ribossomos juntam os aminoácidos do citoplasma para formar cadeias de proteínas.
  • Retículo endoplasmático liso: tem a função de facilitar reações enzimáticas, podendo também regular a pressão osmótica e atuar no transporte de substâncias.
  • Retículo endoplasmático rugoso: realiza todas as funções do liso porém ainda possui a função de sintetizar proteínas, devido a presença de ribossomos.
  • Mitocôndrias: a função principal de uma mitocôndria é produzir energia para o trabalho celular.
  • Peroxissomos: participam do processo de fotorrespiração e auxiliam no metabolismo lipídico.
 A célula vegetal ainda conta com centríolos que participam da divisão celular e os lisossomos que fazem a digestão intracelular.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Célula Animal

 Seja qual for o tipo de ser vivo que apresenta células como a dos animais, essas células têm uma série de características que as distinguem das plantas. Por exemplo, são desprovidas de parede celular e de cloroplastos, mas apresentam centríolos, estruturas ausentes nas plantas mais complexas.

Partes de uma célula animal:

 Em praticamente todas as células podemos distinguir três partes: a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. A membrana celular ou plasmática é uma estrutura que delimita a célula e a separa do meio onde se encontra, mas não isola completamente a célula, pois permite o intercâmbio de substâncias do interior ao exterior e vice-versa.

 O citoplasma ocupa o espaço situado entre a membrana e o núcleo. Esse espaço está preenchido de um fluido, o hialoplasma (ou citosol), no qual se encontram os orgânulos celulares ou citoplasmáticos e o citoesqueleto (uma série de microfilamentos e microtúbulos que dão forma à célula).

 O núcleo é uma estrutura mais ou menos esférica que se encontra no interior da célula, delimitado por uma estrutura membranosa (o envoltório nuclear). Assim como a membrana celular, o envoltório nuclear permite o intercâmbio de determinadas substâncias entre o núcleo e o citoplasma.

 Cada uma das partes tem sua função. A célula é uma unidade biológica de funcionamento: realiza as três funções vitais (nutrição, relação e reprodução). Caso uma célula pertença a um ser pluricelular, ela pode ser especializada no desempenho de uma determinada função.


ESTRUTURA DE UMA CÉLULA ANIMAL:

As partes de uma célula animal

1. Membrana celular - É formada por uma camada dupla de fosfolipídios, com colesterol e proteínas. É uma capa dinâmica e flexível, na qual podem ser formadas vesículas para englobar substâncias; essas vesículas podem se unir a outras no interior da célula. Substâncias podem atravessar a membrana celular por simples difusão (como o gás oxigênio) ou mediante transporte ativo, com consumo de energia.
2. Citosol - Fluido que ocupa o citoplasma; imersos nele encontram-se os orgânulos celulares.
3. Núcleo. Delimitado por um envoltório nuclear, no interior do núcleo há o nucléolo e os filamentos de material genético.
4. Retículo endoplásmatico - Conjunto de membranas que formam sáculos e tubos conectados entre si com a membrana celular e o envoltório nuclear. Há dois tipos: o RE rugoso, que tem ribossomos, e o RE liso, sem eles. Transporta, armazena e modifica proteínas e lipídios pela célula.
5. Complexo golgiense-  Conjunto de cinco a dez sáculos achatados. Realiza secreção celular.
6. Centríolos - Presentes em células animais e ausentes em plantas mais complexas, são formados por tubos de proteínas; estão relacionados à organização do citoesqueleto e aos movimentos (cílios e flagelos).
7. Vesículas - Estruturas membranosas pequenas que transportam substâncias, podem se unir à membrana e eliminar seu conteúdo para fora da célula.
8. Ribossomos - Pequenos orgânulos cuja função é produzir proteínas. Na ilustração, aparecem formando cadeias.
9.  Citoesqueleto - Filamentos proteicos que constituem uma rede, dão forma à célula e participam do transporte de substâncias.
10. Mitocôndrias - Encarregadas de realizar respiração celular, um conjunto de reações químicas mediante as quais a célula obtém energia.

 Algumas células animais também possuem estruturas relacionadas com movimento (cílios ou flagelos), que não existem em plantas mais complexas.

domingo, 29 de março de 2015

Evolução Biologica

 Entre os seres vivos e o meio em que vivem há um ajuste, uma harmonia fundamental para a sobrevivência. O flamingo rosa, por exemplo, abaixa a cabeça até o solo alagadiço em que vive para buscar ali seu alimento; os beija-flores, com seus longos bicos, estão adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. A adaptação dos seres vivos ao meio é um fato incontestável. A origem da adaptação, porém, sempre foi discutida.
 

 Na Antiguidade, a ideia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos. Os chamados, fixistas propunham que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e a extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles, grande estudioso da natureza, não admitia a ocorrência de transformação das espécies. Acreditava que os organismos eram distribuídos segundo uma escala que ia do mais simples ao mais complexo. Cada ser vivo nesta escala, tinha seu lugar definido. Essa visão aristotélica, que perdurou por cerca de 2.000 anos, admitia que as espécies eram fixas e imutáveis.

 Lentamente, a partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a idéia da substituição gradual das espécies por outras, por meio de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança. Essa corrente de pensamento, transformista, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adaptação é consegaida por meio de mudanças: à medida que muda o meio, muda a espécie. Os adaptados ao ambiente em mudança sobrevivem. Essa idéia deu origem ao evolucionismo.
 Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios em contínua mudança. Nem sempre a adaptação implica aperfeiçoamento. Muitas vezes, leva a uma simplificação. É o caso, por exemplo, das tênias, vermes achatados parasitas: não tendo tubo digestório, estão perfeitamente adaptadas ao parasitismo no tubo digestório do homem e de outros vertebrados.

Zoologia

 Zoologia  é a ciência dedicada ao estudo os animais no que se refere à sua biologia, genética, fisiologia, anatomia, ecologia, geografia e evolução. Em resumo, é a responsável pelo levantamento da diversidade animal, conservação e ampliação das coleções zoológicas e bibliográficas, e identificação e divulgação científica e popular.


 A Zoologia oferece o subsídio necessário para a compreensão e a manutenção do equilíbrio ecológico  de um determinado meio ambiente. A diversidade animal em nosso planeta é muito maior do que conhecemos. Em termos de Brasil, por exemplo, estudos realizados em 1982 ) estimam que a diversidade de insetos em nossa floresta amazônica  chega aproximadamente a 30 milhões de espécies.

 Para a realização deste levantamento são usados inúmeros métodos de coleta, sendo que nem sempre os animais capturados são pegos da mesma forma. Isso faz com que os dados obtidos algumas vezes não possam ser comparados. Daí a necessidade de buscar metodologias que possam comparar entre ambientes e dentro do mesmo ambiente, para que se possa detectar diferentes graus de sensibilidade nos diferentes grupos taxonômicos no que se refere à alterações ambientais.

 Esse trabalho alimenta a manutenção das coleções zoológicas, um patrimônio valioso dos organismos da natureza do nosso planeta. No Brasil, essas coleções vêm sendo formadas desde meados do século XIX, tendo no Museu Nacional, sediado no Rio de Janeiro, seu maior repositório. Apesar disto, ainda é um banco de dados em potencial, já que muitos grupos taxonômicos possuem ainda muito poucas espécies identificadas.

 Como em qualquer área de estudo, a existência de uma bibliografia é fundamental para se registrar o progresso do conhecimento obtido na Zoologia. Por ser uma constante revisora da história do conhecimento zoológico, a Zoologia precisa ter não só uma bibliografia atual, com as publicações de estudos mais recentes, mas também do que se aprendeu com a natureza desde as primeiras pesquisas zoológicas, o que remete à informações bibliográficas de meados do século XVIII.

 As informações que abastecem as coleções zoológicas e bibliográficas partem de centros de identificação, mecanismos ágeis na transferência de informações sobre a biodiversidade para a comunidade científica. Isso torna mais rápido o reconhecimento das espécies, além de facilitar o acesso ao serviço de identificação de outras instituições e pesquisadores, nacionais e estrangeiros, servindo de ponte de ligação entre taxonomistas e comunidade.

 A taxonomia é o ramo da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos, agrupando-os de acordo com o grau de semelhança. Esse agrupamento se dá, progressivamente, na seguinte ordem hierárquica: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Podem existir sub-divisões para estas categorias, como subgêneros e subfamílias, por exemplo.

 Os animais, tal qual as plantas, são conhecidos popularmente por nomes muito variáveis dependendo de um lugar para outro. Na tentativa de universalizar as nomenclaturas, cientistas têm, há muito, procurado criar uma designação internacional para os seres vivos. Para tanto, foi tomado como regra que, na designação científica, os nomes devem ser em latim ou latinizados.

 Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação binomial, em que o primeiro termo designará o seu gênero e o segundo, a sua espécie. O nome relativo ao gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula, enquanto que o relativo à espécie deve ser um adjetivo escrito com inicial minúscula. Essa regra não se aplica em casos em que a denominação homenageia uma pessoa célebre.

O que e Biologia?

 Todo livro ou curso de biologia que se preza se inicia com uma discussão sobreo que é biologia. A resposta é sempre a mesma: biologia é o estudo da vida. E segue a explicação s ou semestres de nossas vidas estudando a própria vida.

 E que vida é essa que estudamos? Ou melhor: o que é a vida?

 Essa pergunta nenhum livro ou professor se arrisca a responder. O que se pode dizer é que nos limites desta ciência chamada biologia, a vida é estudada a partir dos seres vivos. Isto é, entendendo sua origem e evolução, analisando suas relações com o meio ambiente e com os outros seres vivos, classificando-os e agrupando-os conforme suas características.

 E como estamos falando da ciência biologia, todas essas coisas são feitas por meio de métodos científicos, relacionando causas e efeitos. Isso é importante dizer porque muito antes de existir essa ciência chamada biologia, os seres humanos já estudavam a vida, cada um ao seu modo. Os egípcios deram grande contribuição à medicina ao utilizar a técnica de embalsamamento de seus mortos durante séculos, o que significou acumular conhecimento sobre o corpo humano. Além de construírem pirâmides, os egípcios chegaram a fazer cirurgia craniana. O grego Hipócrates (c. 460-377 a.C.), milênios atrás, já defendia que as doenças eram causadas por causas naturais, o que poderia soar muito estranho num tempo em se creditava a deuses e demônios todas as enfermidades. Mas todo esse conhecimento dos antigos era adquirido de forma empírica e não utilizando métodos científicos.

 E o que nós estamos fazendo ao estudar biologia? Estudando o “estudo da vida”?


 Na prática, para o estudante comum, é isso mesmo. Estamos estudando o conhecimento construído com muito suor pelos cientistas que fizeram e fazem biologia ao longo de séculos. O estudante que resolver fazer ciência um dia, passará do “estudo do estudo da vida” para o “estudo da vida” propriamente dito. E para o estudante que dá esse passo além, a pergunta “o que é biologia” ganha um peso muito mais importante, quem sabe até uma urgência filosófica.

 Dizer que a biologia é o estudo da vida é algo que nos parece muito agradável e de uma “meiguice” que a priori torna tudo muito belo. Mas porque estudamos a vida? Como se estuda a vida? Que tipo de coisas produzimos ao estudar a vida? Para estudar a vida, precisamos causar dor em animais dentro dos laboratórios das universidades e empresas? Estudaremos a vida para alcançar a cura de doenças ou para criar patentes que nos ajudem a obter lucros com o dinheiro dos doentes? A invenção de armas biológicas é um legítimo estudo da vida?

 Talvez a “meiguice” a qual nos referimos venha a se esvair quando nos damos conta de que o estudo da vida muitas vezes ao longo da história não tenha tido objetivos tão nobres. A prática da eugenia nazista é um exemplo concreto. Talvez o número de questões de cunho filosófico, moral e ético que se levantam ao nos aprofundarmos um pouquinho no significado de “estudar a vida”, explique o motivo pelo qual esse assunto ganha apenas meia páginas nos livros de biologia de ensino médio.

 No entanto, de forma alguma podemos culpar a biologia como ciência pelos usos e abusos que o ser humano faz da mesma. Os romanos já envenenavam rios muitos séculos atrás para matar seus inimigos e durante a Idade Média era comum lançarem corpos apodrecidos por meio de catapultas para além das muralhas de cidades sitiadas como forma de contaminar a população local com doenças oriundas dos cadáveres. A engenhosidade do ser humano para realizar destruição utilizando conhecimento sobre a vida natural não é privilégio das gerações atuais.

 Para não ficarmos só no samba triste, é bom lembrar que alguém já disse que assim como o século XX foi o século da física, o século XXI deverá ser o século da biologia.

 Você já deve ter ouvido falar muito das promessas acerca das pesquisas com células-tronco. Todos os dias os noticiários têm alguma novidade do mundo da medicina. Tem gente estudando a vida pra valer. Sem essas pessoas, epidemias como a gripe suína poderiam se tornar uma catástrofe muito maior, como foram a peste negra e a varíola um dia.

 Muitas vezes o estudante que está de olho no vestibular não tem tempo para pensar nos aspectos ideológicos e filosóficos de se estudar biologia, mesmo porque até hoje nenhuma banca de prova perguntou “o que é biologia?”. Mas para aqueles que vão ingressar nas carreiras da área de biológica (que está sempre na moda), é bom saber que depois de estudar divisão celular, reprodução das plantas, morfologia dos artrópodes, fisiologia dos anelídeos, taxonomia e outras coisas que o vestibular exige, o estudo da vida ganhará um propósito que é muito particular em uma sociedade capitalista e decisão única do indivíduo: fazer biologia para estudar a vida ou estudar a vida para fazer dinheiro.